„Neste apartamento assim que a porta se abre, nos é revelado o que seja construir o aberto. Ali estão as portas por onde, jamais portas contra. Ali se respira o construir não como ilhar ou prender, mas por onde, livres: ar luz razão certa, como o poeta João Cabral de Melo Neto sonhou, definindo o arquiteto como o que abre o homem. É isso que vemos no coração de Copacabana. Os ambientes se distinguem mas se interligam numa linha de trabalho e pesquisa que encontra o equilíbrio na contradição inerente dos espaços e nas afinidades ocultas dos objetos. Os amplos espaços provocam a imaginação ao mesmo tempo em que oferecem conforto em seus 250 m2. O Arquiteto nos revela que em todo espaço há vários espaços assim como existem muitos tempos em cada tempo. As necessidades objetivas devem se harmonizar com as necessidades subjetivas. Elas, às vezes, podem se chocar, mas isso não significa que não podem encontrar o seu equilíbrio. Um tempo pode ressaltar o outro tempo e nos revelar afinidades surpreendentes.“ (Extraído do texto original de Clarice Niskier)
Fotos: Murillo Meirelles